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CURSOS DE IDIOMAS GLOBO - Review

27 de agosto de 2020

Como usar o Anki para aprender qualquer coisa (Faculdade, Línguas, Enem, Concursos...)





Olá, caros leitores!

Meu plano inicial era publicar uma postagem exclusivamente escrita sobre o Anki. Mas enquanto eu escrevia, achei que seria mais conveniente mostrar as explicações em um vídeo, até pela carência de tutoriais mais completos em língua portuguesa. O conteúdo do texto e do vídeo são quase a mesma coisa, e como ambos estavam prontos, pensei: por que não publicar os dois? Até por uma questão de acessibilidade, servir como referência, etc. Parece-me que este é um dos tutoriais em vídeo mais completos em português… tive um trabalhão pra fazer. Não publico muitas coisas no blog, mas quando publico é trabalhão com dica revolucionária (ou nem tanto), como esta dica pra vocês ankificarem seus cérebros... kkkk Espero ajudar!


Abraços!


1) O que é o Anki
        1.1) Repetição espaçada
        1.2) Curva do esquecimento
2) Por que utilizar o Anki? Vale a pena?
        2.1) A decoreba nas universidades europeias
        2.2) A pedagogia moderna e a memorização
3) Instalação
4) Baralhos e sub-baralhos
        4.1) Etiquetas ou baralhos, o que é melhor?
        4.2) Baralhos compartilhados
5) Como criar cartões
        5.1) Como aumentar o número diário de cartões
        5.2) A estrutura para bons cartões (com contexto e áudio)
        5.3) Teste uma coisa de cada vez
        5.4) Use síntese vocal (text-to-speech, TTS) sempre!
        5.5) Image Occlusion
        5.6) Omissão de palavras (cloze)
        5.7) Princípios para fazer bons cartões
6) COMO APRENDER LÍNGUAS COM O ANKI
        6.1) Quanto mais palavras eu decorar, melhor falarei a língua estrangeira?
        6.2) Não decore palavras isoladas, mas sempre dentro de um contexto
        6.3) É melhor testar palavras isoladas ou frases completas?
        6.4) A sequência ideal para estudar línguas
        6.5) Assimil, Anki e cartão invertido
7) DICAS PARA ESTUDAR MATEMÁTICA
8) DICAS REVOLUCIONÁRIAS (ou nem tanto)!
        8.1) Não faça anotações em cadernos, transforme o Anki em seu caderno!
        8.2) Ankifique seu livro-texto
        8.3) Faça novos cartões logo após terminar uma pequena seção de estudos
        8.4) Faça um “cartão resumão” ao final de cada sub-baralho


1) O que é o Anki?

O Anki é talvez o programa de memorização mais utilizado no mundo. É especialmente popular nos cursos de medicina, engenharia, direito e aprendizagem de línguas. Pode também auxiliar para a preparação de provas, Enem e concursos.

Basicamente o Anki são flashcards ou cartões de estudo com os quais você pode elaborar testes sobre qualquer área do conhecimento. Na frente você escreve uma pergunta; no verso, a resposta, podendo incluir textos, imagens, áudio, etc.






1.1) Repetição espaçada


O programa utiliza o sistema de repetição espaçada (spaced repetition) para a memorização. Repetição espaçada significa testar a mesma informação em dias diferentes com intervalos crescentes entre esses dias de acordo com seu ritmo e dificuldade, o que é muito mais efetivo do que repetir a mesma informação várias vezes no mesmo dia ou na mesma hora. Essa técnica permite transferir uma quantidade enorme de informação da nossa memória de curto prazo para nossa memória de longo prazo.





1.2) Curva do esquecimento

O algoritmo do Anki responsável pela repetição espaçada tem como base pequisas científicas sobre a teoria da curva do esquecimento, apresentada primeiramente pelo psicólogo alemão Hermann Ebbinghaus. De acordo com a curva do esquecimento, já nas primeiras 24 horas tendemos a esquecer mais da metade do conteúdo estudado. Após um mês, seremos capazes de lembrar apenas cerca de 20% do conteúdo. Em compensação, se dentro dos primeiros 6 dias fizermos apenas 4 revisões espaçadas, seremos capazes de lembrar quase 90% da informação após um mês.

Podemos utilizar a curva do esquecimento de forma estratégica para aprender com mais eficiência. O Anki foi desenvolvido justamente com esse objetivo.




Alteration of the forgetting curve through repetition according to Ebbinghaus (1885) and estimations from Paul (2007)


2) Por que utilizar o Anki? Vale a pena?
  • Com o Anki podemos aprender mais em menos tempo.
  • Pode fazer uma grande diferença nos seus estudos.
  • É possível memorizar centenas de fórmulas e informações científicas.
  • Centenas ou milhares de palavras de uma língua estrangeira.
  • Vai te ajudar na decoreba!

2.1) A decoreba nas universidades europeias

Muitos brasileiros que vão estudar no exterior acabam levando um choque cultural porque estamos acostumados a ouvir os professores brasileiros dizerem não à decoreba e pregarem sobretudo que os alunos devem saber utilizar o conhecimento no mundo real muito mais do que a aprendizagem ser abordada como um processo robótico de memorização. Na minha opinião, esses educadores estão certos. Mas ainda existem situações em que a memorização é exigida. Em certas universidades europeias, ou especificamente na Itália, mesmo na área de humanas, muitas vezes decorar todo o conteúdo pode ser necessário para passar nas provas.

Algumas pessoas podem pensar: “É por isso que o ensino no Brasil dá resultados tão ruins!”. Na verdade, essa pedagogia mais moderna, sem decoreba, com o ensino mais prático e centrado nos alunos, é utilizada com sucesso em vários países desenvolvidos com ótimos resultados. O ensino no Brasil não dá bons resultados devido a vários problemas sociais com os quais estamos bastante familiarizados. Os professores brasileiros têm ótimas ideias. Muitos de vocês podem confirmar: dentre as melhores aulas de todo o Youtube, estão as aulas dos nossos professores brasileiros. É um trabalho inestimável para contribuir com a democratização do conhecimento.


2.2) O Anki é uma ótima ferramenta pra que a pedagogia moderna faça as pazes com a decoreba memorização.


Memorizar pode ser vantajoso, principalmente em áreas onde precisamos constantemente lembrar de uma quantidade enorme de informações, como na área científica, direito, línguas… 

De fato o Anki pode ser uma ferramenta pobre ou poderosa. Tudo vai depender do conhecimento de como aliar boas práticas pedagógicas com o uso do aplicativo.


3) Instalação

O Anki está disponível em 3 plataformas.
  • Computador
  • Anki web
  • Aplicativo para celular.
Você pode usar estas 3 plataformas e sincronizar suas informações.

https://apps.ankiweb.net/


O Anki é um Open Source. É totalmente gratuito para Windows, Mac, Linux e Android. Porém, especificamente para ter o aplicativo para iPhone, você terá que pagar. Mas mesmo no iPhone, você pode simplesmente usar o Anki Web no seu navegador sem precisar instalar nada e na prática vai ser quase a mesma coisa.

O Anki Web é apenas um auxiliar que permite você fazer revisões e criar cartões básicos. É fundamental instalar o programa no computador para dispor de todas as funcionalidades.


4) Faça um baralho (deck) principal pra cada área do conhecimento com sub-baralhos para cada assunto, lição, etc.


Você pode organizar seu conteúdo como se cada baralho (deck) fosse um caderno de cada matéria (matemática, biologia, inglês, espanhol, etc.), e então fazer sub-baralhos para cada livro, vídeo-curso, e ainda sub-baralhos para cada capítulo estudado (como um sistema de pastas e subpastas). Assim você terá todos os assuntos bem organizados.

Como fazer sub-baralhos: na tela inicial, clique em “criar baralho”. Após criar, basta arrastar os sub-baralhos para dentro dos baralhos principais, ou utilize o sistema dos dois pontos duplos na hora de criar o nome (nome do baralho::nome do sub-baralho).


4.1) Etiquetas ou baralhos, o que é melhor?

Há usuários que acham melhor incluir todas as suas centenas de cartões em um único baralho e organizar colocando etiquetas (tags) em cada cartão especificando o assunto, o que permite filtrar esses cartões caso necessário. É uma maneira de se forçar a testar sobre tudo aleatoriamente na hora da revisão e por em prática a mágica da repetição espaçada. É um bom ponto. Todavia, será um passo a mais ter que etiquetar todos os cartões, e depois ainda filtrar no momento oportuno. Acho mais intuitivo e conveniente fazer sub-baralhos e ter facilmente disponível a opção de revisar coisas muito específicas (por exemplo, antes de uma prova) e ainda ter o baralho principal caso você queira fazer uma revisão mais ampla.


4.2) Baralhos compartilhados

Existem baralhos compartilhados e prontos sobre diversos assuntos. Você certamente pode tirar proveito de muitos deles. No entanto, é também recomendado que você faça seus próprios baralhos, pois essa é uma etapa fundamental da aprendizagem.

https://ankiweb.net/shared/decks/

5) Como criar cartões

Para criar um novo cartão, clicamos em adicionar. Logo vemos o tipo de cartão básico e os campos frente e verso, onde escrevemos a pergunta e a resposta respectivamente.


5.1) Como aumentar o número diário de cartões

O Anki só vai mostrar 20 cartões por dia. Para aumentar esse número, clique na roda dentada ao lado do baralho > opções e aumente esse número.





5.2) Faça bons cartões: com duas respostas (curta e longa) e áudio

Seguindo alguns princípios pedagógicos, criei esta estrutura de cartão:



FROZEN FIELDS

DICA: Conheça o complemento FROZEN FIELDS (campos congelados). Esse complemento permite congelar um campo para que apareça nos cartões sucessivos que você criar. Por exemplo, você pode criar um campo especial para as "respostas longas" e congelar esse campo para aparecer nos cartões sucessivos que você criar, sem necessidade de copiar e colar. Veja abaixo a instrução sobre como criar campos. 




5.3) Teste uma coisa de cada vez

Siga o princípio da informação mínima para facilitar a repetição espaçada e a memorização.

Um erro comum de iniciantes é fazer perguntas com respostas muito amplas. Um único cartão que testa vários itens quebrará a dinâmica da repetição espaçada e não irá focar naquilo que você está esquecendo. Ou se a pergunta exige uma longa resposta, as chances de você se empenhar para responder serão menores. Listas e respostas longas podem ser desmembradas em vários cartões testando uma informação por vez. Se um item depende de outros ou de um contexto maior, basta utilizar o sistema de resposta curta (único item a ser testado) e resposta longa (outros itens e o contexto).



Antes de fazer seus próprios cartões, recomendo ler "as 20 regras para formular o conhecimento no aprendizado". 
http://sm.supermemo.org/portug/20rulesport.htm


5.4) Use síntese vocal (text-to-speech, TTS) sempre!

Você pode estar se perguntando: de que adianta incluir respostas longas se depois vou ter preguiça de ler? Apenas sente-se, relaxe e escute: o Anki pode ler tudo pra você!

Essa é uma dica preciosa para o estudo de línguas, mas o estímulo sonoro pode fazer uma grande diferença para estudar qualquer coisa. Todos sabemos que LER e OUVIR podem gerar cada um diferentes impactos na nossa memória e aprendizagem, então por que não ter os dois? Colocar o Anki pra ler em voz alta evita que você pule algo por preguiça e facilita manter o ritmo, além de ajudar a fixar o conteúdo.

Faça um novo campo (field) para a síntese vocal (imagem abaixo). A ferramenta TTS nem sempre lê símbolos e fórmulas corretamente, mas isso pode ser corrigido criando um outro campo onde você pode escrever por extenso como deve lido. Por exemplo, para que o TTS leia 6,023 x 10^23, deve-se escrever: 6,023 vezes 10 na 23.

Como criar um novo campo: na página inicial do programa, clique em “adicionar” para fazer um novo cartão, escolha o “tipo” > gerenciar > adicionar, escolha “básico” e dê um nome ao novo tipo de cartão como “Básico com síntese vocal” e depois selecione esta opção. Clique em “campos” > adicionar, e dê um nome ao novo campo, como “Síntese vocal”.






Como adicionar áudio nos cartões:
primeiro instale o complemento (add-on) chamado AwesomeTTS.

Eu prefiro terminar de fazer um conjunto de cartões; depois, na tela inicial, clico em “Painel”, seleciono todos os novos cartões, clico no menu “AwesomeTTS”, escolho a língua, uma voz agradável, depois seleciono o “Source field” (campo da fonte: “síntese vocal”, campo de onde o TTS vai ler) e o “Destination field” (campo de destino: “verso”, onde a gravação será ouvida).




Infelizmente a ferramenta de síntese vocal no Anki não consegue ler textos muito longos (talvez no máximo uns 2 ou 3 parágrafos). Se sua resposta for longa demais para ser lida, o Anki irá te avisar ou apresentará erro.


5.5) Image Occlusion

Permite cobrir palavras de uma imagem para estudar gráficos, tabelas, partes do corpo humano, etc. (Add-on: Image Occlusion Enhanced)





5.6) Omissão de palavras (cloze)

Um outro tipo de cartão bastante utilizado é a omissão de palavras ou inglês “cloze”. São cartões de completar a frase com a palavra correta.

Um erro comum dos usuários do Anki é usar o cloze para omitir várias palavras de um parágrafo inteiro. Este tipo de cartão não respeita o princípio da informação mínima e quebra o ritmo das revisões.

Pessoalmente não utilizo muito o cloze, pois posso omitir palavras no sistema de cartão que mostrei anteriormente: em vez de uma pergunta, basta escrever uma frase pra completar. Mesmo se você preferir usar o cloze, o ideal seria testar apenas frases curtas.







5.7) Princípios para fazer bons cartões
- Princípio da informação mínima
(perguntas e respostas curtas)

- Princípio da informação contextualizada
(respostas longas)

- Princípio de Pareto
Aproximadamente 80% dos efeitos vêm de 20% das causas.
Ou seja, se você conseguir reter 20% da informação essencial (respostas curtas), será mais fácil puxar da memória os outros 80% (respostas longas).



6) COMO APRENDER LÍNGUAS COM O ANKI


6.1) Quanto mais palavras eu decorar, melhor falarei a língua estrangeira.
Verdadeiro ou falso?

A história de François Gouin, um linguista francês do século XIX, é muito contada nos livros de Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas (como Teaching by Principles, D. H. Brown).

Pra aprender alemão, Gouin foi pra Alemanha, mas em vez de conversar com os alemães, ele se isolou no seu quarto, memorizou 30 mil palavras, memorizou as regras de um livro de gramática e fez muitos exercícios de tradução. Após terminar todo seu trabalho, ele foi pra academia pra exibir o seu conhecimento de alemão.

Ao final do seu experimento, qual foi o resultado? Ele teve sucesso em se comunicar com os alemães? Não, foi um desastre. Ele até que aprendeu alguma coisa, mas todo esse conhecimento teórico que ele adquiriu não foi suficiente pra ele conseguir se comunicar na língua estrangeira.

Sem conseguir entender ou se comunicar, retornou frustrado à França e percebeu que, durante o tempo que passou estudando, seu sobrinho pequeno aprendeu a falar francês fluente, muito melhor do que ele conseguiu falar alemão. Observando como seu sobrinho aprendia a língua materna, François Gouin desenvolveu seu próprio método, com uma abordagem mais natural, imitando alguns aspectos da aquisição da língua materna. Assim tornou-se um dos precursores da abordagem do ensino da língua como uma ferramenta de comunicação, e não apenas como um estudo com foco na quantidade de palavras e regras abstratas.

Decorar milhares de palavras, regras gramaticais e praticar tradução não é a mesma coisa que APRENDER A SE COMUNICAR.

O número de palavras importa?

Conta-se que Machado de Assis utilizou apenas 2 mil palavras diferentes para escrever Dom Casmurro*. Curiosamente, é o mesmo número de muitos livrinhos de leitura simplificada para estudantes de línguas estrangeiras. Com apenas essas 2 mil palavras, Machado de Assis conseguiu escrever uma das maiores obras-primas da nossa literatura!

Temos a resposta: o número de palavras importa? Talvez, porém o mais importante é aquilo que você consegue fazer com elas. Então dê o peso certo na sua aprendizagem.

* https://www.machadodeassis.org.br/abl_minisites/cgi/cgilua.exe/sys/start7def.html?infoid=68&sid=21&UserActiveTemplate=machadodeassis




6.2) Não decore palavras isoladas, mas sempre dentro de um contexto
  • Inclua exemplos de uso.
  • Extraia as palavras e frases do seu curso, livros, filmes, diálogos, notícias.
  • Inclua imagens e áudio.

6.3) É melhor testar palavras isoladas ou frases completas?

  • Palavras isoladas (princípio da informação mínima).
  • Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas: palavras nunca devem ser dissociadas de um contexto, e sempre devem ser ensinadas e testadas em contexto.
  • Testar frases completas é também uma forma de praticar estruturas gramaticais.
  • Com frases completas, você estará se preparando melhor para entender a palavra em outros contextos.

6.4) A sequência ideal para estudar línguas

Se seu objetivo é traduzir textos, talvez decorar palavras, estudar gramatica e fazer exercícios de tradução seja uma boa estratégia. Mas se o seu objetivo é entender a língua e se comunicar, o caminho a seguir é outro.

Nesse caso, por onde devemos começar? Pela prática! A forma mais fácil de fazer isso é seguindo um bom curso, eu recomendo, por exemplo, os Cursos de Idiomas Globo, English Way da Editora Abril, Inglês Larousse, Rosetta Stone, Assimil…

O que vem depois da prática? A teoria. 

E por último chegamos nas palavras… e no Anki!




Percebam que o Anki neste esquema não é o ponto de partida, mas a última ferramenta a ser utilizada. É uma boa ferramenta para consolidar o conhecimento que você adquiriu nessas outras etapas.

É importante notar que nesse esquema tudo está interligado. Você pode fazer as 3 etapas em uma mesma sessão de estudos. Por exemplo: iniciar com um diálogo dos Cursos de Idiomas Globo, praticar as falas, analisar as leituras, estudar a gramática, etc. e finalmente revisar a informação com o Anki.


Aprenda frases contextualizadas

Lembre-se: quando na Linguística fala-se em "aprender em contexto", isso não se refere a penas a palavras, mas também a frases. Portanto, aprender com o Anki as frases que você retira de um contexto (cursos, livros, filmes, etc.) é melhor do que aprender milhares de frases soltas e aleatórias.


6.5) Assimil, Anki e cartão invertido

O Assimil apresenta diálogos bilingues, o que é bastante prático pra montar cartões. Outra dica é usar o “cartão invertido”, dessa forma você será testado para traduzir nas duas direções: da língua alvo para a língua fonte e vice-versa.







Evite:
  • Utilizar o Anki como ponto de partida e foco em si.
  • Focalizar na quantidade de palavras.
  • Estudar frases aleatórias, soltas, descontextualizadas.

Prefira:
  • Utilizar o Anki para praticar frases e palavras que você aprendeu com bons cursos e materiais autênticos.
  • Focalizar no desenvolvimento das habilidades linguísticas. A quantidade de palavras e frases é resultado do seu trabalho.


7) DICAS PARA ESTUDAR MATEMÁTICA



Escreva equações à mão e fotografe com o aplicativo do Anki no celular

Na área científica, o código LaTeX é muito útil para digitar equações, embora isso possa exigir horas de aprendizagem. Com o aplicativo de celular do Anki, você pode facilmente fotografar suas anotações e equações matemáticas diretamente para dentro de cada cartão. Caso você tenha um tablet com caneta, outra ideia é escrever à mão no OneNote, por exemplo, e depois fazer print das suas anotações.

Uma alternativa é utilizar um editor online de equações: https://www.codecogs.com/latex/eqneditor.php








8) DICAS REVOLUCIONÁRIAS (ou nem tanto)!


8.1) Não faça anotações em cadernos, transforme o Anki em seu caderno!

Você já preencheu cadernos resumindo leituras e vídeo-aulas? E depois de alguns dias retornou às suas anotações só pra perceber que esqueceu mais da metade do conteúdo? Frustrante, né? Quantos de nós nos achamos mentalmente incapazes simplesmente porque não sabíamos da curva do esquecimento? E nosso caderno também não dispõe um algoritmo pra fazer revisões. A não ser que você transforme o Anki no seu caderno!

É possível abordar a confecção de novos cartões como um processo de anotação em si, como um completo substituto dos cadernos (pelo menos para estudos individuais, eu não recomendaria utilizar o Anki em vez de cadernos numa situação de sala de aula). Ou seja, você pode continuar fazendo as mesmas anotações de sempre, porém agora utilizando o Anki, a diferença é que você poderá fazer revisões sistemáticas.

Porém, essa é uma dica bastante pessoal. Há pessoas que acham importante escrever à mão para absorver melhor o conteúdo.


8.2) Ankifique seu livro-texto

Um projeto mais audacioso seria transportar a maior parte do conteúdo do seu livro para dentro do Anki e transformar um baralho em um verdadeiro livro-texto ankificado. Cada cartão corresponde a uma seção do seu livro, e você será testado sobre as informações principais.

A maioria dos estudantes não precisa decorar as informações de um livro inteiro, mas há casos específicos em que isso pode ser necessário: isso é muito comum no ensino europeu. Talvez seja oportuno também para quem estuda para concursos, ou simplesmente para quem quer criar um bom projeto de estudos.




8.3) Faça novos cartões logo após terminar uma pequena seção de estudos

Se você fizer novos cartões imediatamente após terminar uma pequena seção do seu livro, terá um contexto completo da informação ainda fresco na memória, o que me permite fazer bons cartões rapidamente. De acordo com a curva do esquecimento, apenas uma hora é o suficiente para esquecer mais de 50% do conteúdo. Fazer cartões depois de estudar um longo capítulo, ou pior, dias depois, provavelmente você terá que re-estudar e digerir novamente as informações. Em princípio, você pode achar que está poupando tempo lendo o capítulo completo sem interrupções… mas posteriormente precisará de muito mais tempo para reler as frases destacadas e lembrar-se de tudo para confeccionar os cartões.


8.4) Faça um “cartão resumão” ao final de cada sub-baralho

Depois de terminar de estudar um sub-baralho (capítulo ou assunto), faça um cartão final copiando os pontos principais, palavras-chaves, etc. Coloque o TTS para ler tudo pra você, assim poderá revisar o assunto em poucos segundos.



Ufa! É isso. Qualquer dúvida podem deixar nos comentários. Se vocês têm experiência com o Anki ou com técnicas de estudos em geral, sintam-se à vontade para compartilhar!
Ankifiquem seus cérebros e bons estudos!💪😊